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"O Butão é o país mais feliz do mundo, provavelmente por que oferece poucas condições das pessoas desejarem muito. E desejar muito é um elemento importante para a infelicidade.
Os budistas consideram que a vontade de ser feliz causa infelicidade. Para o budismo, o ‘eu’ se apega ao que é prazeroso e o ‘eu’ quer essa tradição de felicidade. (…). Quando eu era mais jovem, e o dinheiro era escasso, eu me divertia mais. Hoje que eu estou mais estável e mais velho, eu não quero me divertir. Ou seja, me torno econômico por força da idade e passo a não desejar mais coisas.
Desapego: a chave para a felicidade • LEANDRO KARNAL
Eu já fui para Europa aos dezoito anos sem fazer reserva em hotéis. Hoje eu não vou à praia sem uma planilha Excel com tudo acertado. Porque envelhecer é ficar mais prudente, ou seja, covarde: eu tenho medo de tudo.
Segundo os budistas, esse apego à felicidade traz a infelicidade e cada alegria gera uma nova angústia… cada novo carro que eu compro, eu tenho mais um desejo de ter um carro melhor, cada novo apartamento vai me gerar um desejo de um maior, cada nova conquista me faz desejar mais. Segundo os budistas nós não somos felizes porque desejamos incessantemente e nós temos que cortar o elo do desejo. Para os budistas, a impermanência é a chave do universo. Tudo passa. Tudo é absolutamente passageiro. Nada me pertence, nada é meu. Tudo é etéreo, tudo vai desaparecer e o desapego é a norma. Eu tenho que pensar permanente no desapego para ser feliz. Eu tenho que comprar um copo e já imaginar que ele vai quebrar.
Eu tenho que dizer que ele vai me servir uma, duas, dez, cem vezes… ele vai me servir esse número de vezes e depois vai desaparecer. Ele terá cumprido um papel. Eu tenho que me desapegar de todas às coisas como os budistas do Tibete. Eles levam dois anos para fazer uma mandala artística e ao final, desmancha: desapego.
Desapego absoluto. Tudo passa. Desapego é a margem para eu ser feliz”. Leandro Karnal
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